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Metade das empresas brasileiras já perdem milhões por falhas em software; fragilidades em renovação de licenças elevam risco, segundo levantamento recente

O Brasil enfrenta uma crise silenciosa no mundo digital: perdas de milhões por falhas não técnicas. Segundo estudo da Tricentis de junho de 2025, 50% das organizações brasileiras estimam prejuízos anuais entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões por falhas de software, que incluem desde bugs até interrupções de processos operacionais por licenças mal geridas. 

“Empresas ainda tratam licenças como questão de papel: esquecem de renová-las, deixam alertas para depois e, quando algo se interrompe, percebem o impacto só no prejuízo”, afirma João Neto, CRO da Unentel.

Um relatório da Deloitte Brasil aponta que 58% das grandes empresas já alinham seus controles de risco à estratégia de negócio, mas apenas 39% das mesmas têm maturidade avançada nessa gestão de riscos. Na prática, isso significa que muitos processos de renovação, auditorias de licenças ou alertas de vencimento ainda são feitos de forma reativa ou descentralizada, abrindo brechas para falhas operacionais ou inadimplências contratuais.

Por outro lado, auditorias da Controladoria-Geral da União evidenciam que, em alguns órgãos públicos, licenças contratadas ficam sem uso ou sem distribuição apropriada. Em outras palavras, há licenças ‘paradas’ ou softwares não utilizados, o que representa não só custo desperdiçado, mas também risco operacional. Primeiro porque a falta de controle centralizado e de políticas de revisão periódica pode impedir o uso emergencial dessas soluções em momentos críticos; depois, porque softwares parados e sem atualização podem ser pontos cegos de segurança, abrindo brechas para ataques cibernéticos por não receberem monitoramento nem correções periódicas.

Para evitar esses impactos, recomendam-se práticas simples, mas robustas: contratos com renovação automática ou cláusula clara de renovação, alertas escalonados (30, 15 e 7 dias) para os responsáveis internos, painel unificado de vencimentos integrado aos sistemas de gestão, além de auditorias periódicas de compliance e uso real das licenças.

“Gerenciar renovações não é detalhe: é garantir faturamento, atendimento e confiança do cliente. Perder um prazo pode significar perda de receita e de reputação”, conclui o CRO.

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