Experiência e Excelência em jornalismo contábil, tributário e de negócios

Embora gigantes como a Embraer já tenham conseguido derrubar a sobretaxa norte-americana, diversos outros setores produtivos brasileiros permanecem sujeitos à tarifa de 50% (aumento de 40% nas tarifas já existentes, de 10%). Oficializada no dia 30 de julho, por decreto do presidente Donald Trump, a medida passa a valer em 6 de agosto.

Levantamento preliminar da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC) aponta que tarifa adicional de 50% incidirá sobre 35,9% das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Essa fatia correspondeu a US$ 14,5 bilhões em 2024.
Preocupada com o impacto desproporcional sobre os negócios de menor porte, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviou ao governo federal um pacote de oito medidas emergenciais para amortecer o efeito do “tarifaço”. A entidade defende que o momento exige negociação diplomática e políticas internas de apoio às empresas, “e não retaliação”.

“Não há justificativa técnica ou econômica para o aumento das tarifas. Acreditamos que essa medida é uma relação de perde-perde para os dois países”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Propostas para apoiar as empresas

As medidas entregues ao ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, visam garantir fôlego financeiro e preservar a capacidade exportadora dos negócios afetados:


●        Linha emergencial de crédito do BNDES com juros entre 1% e 4% ao ano;

●        Prorrogação e flexibilização de contratos de câmbio de exportação;

●        Adiamento de tributos federais por 120 dias, com parcelamento posterior sem multa ou juros;

●        Pagamento imediato de créditos acumulados de PIS/Cofins e IPI;

●        Ampliação do Reintegra para 3%;

●        Reativação do Programa Seguro-Emprego;

●        Ações contra práticas de dumping e reforço à defesa comercial.

Setores estratégicos na linha de frente

Segundo a CNI, cerca de 700 produtos brasileiros serão isentos da tarifa de 50%. Entretanto, os setores importantes para a exportação brasileira ficaram de fora da lista de exceções. Entre os mais atingidos, estão:


●        Proteína animal, café e etanol;

●        Máquinas e equipamentos industriais;

●        Produtos manufaturados e de alto valor agregado.

Relação bilateral

Os Estados Unidos são o principal destino das exportações da indústria de transformação brasileira, com destaque para pequenas e médias empresas. Segundo a CNI:


●        Cada R$ 1 bilhão exportado em 2024 gerou 24,3 mil empregos e R$ 3,2 bilhões em produção nacional;

●        O Brasil tem quase 3 mil empresas atuando nos EUA;

●        Os investimentos brasileiros no país somam US$ 22,1 bilhões.

Missão aos EUA tenta conter prejuízos

Para a CNI, o momento exige pressão coordenada entre setor produtivo e diplomacia governamental para evitar perdas duradouras. Como resposta diplomática, a CNI prepara uma missão empresarial aos Estados Unidos para sensibilizar o setor privado norte-americano. A intenção é mostrar que a tarifa afeta ambos os lados da relação comercial, com prejuízos diretos para cadeias produtivas e empregos.

“O nosso objetivo é abrir a conversa entre empresas brasileiras e americanas que sejam fornecedores ou clientes e vice-versa umas das outras. Nosso papel da CNI é ser um facilitador e um coordenador”, reforçou Alban.

Ranking Grana Capital de Carteiras Recomendadas Julho de 2025
 

Em julho, o Ibovespa caiu 4,17%, de 138.854,60 pontos em 30 de junho para 133.071,05 pontos em 31 de julho.  

“O tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, de 50% sobre produtos brasileiros foi o principal fator de influência na forte queda da bolsa em julho. Mas alguns ativos importantes como Petrobras (+4,02%) e Vale (+1,54%) tiveram valorização, e a Embraer (+4,74%) conseguiu escapar da taxação pouco antes de fechar o mês”, observou o CEO da Grana Capital, André Kelmanson. 

Nesse cenário de intensa volatilidade, todas as 8 carteiras recomendadas acompanhadas pelo aplicativo Grana Capital encerraram no vermelho em julho. No ranking, 3 delas tiveram desempenho melhor que o Ibovespa: Itaú (-2,27%), Ágora (-2,55%) e Planner (-3,79%). 

A carteira Top 5 do Itaú contou com a valorização de 3,77% da ação de Marcopolo (POMO4) para ficar na primeira posição. Na vice-liderança, a carteira Top 10 da Ágora teve a ajuda de Embraer (EMBR3), Petrobras PN (PETR4) e de Vale (VALE3) para minimizar as perdas.

Já a Planner obteve a terceira posição com as indicações de Fleury (+10,22%) e SLC Agrícola (+2,57%), que sustentaram o resultado da carteira acima do desempenho do Ibovespa. 
Veja o resultado do ranking com a simulação de um aporte de R$ 100 mil:


No campo negativo, entre os ativos que tiveram desempenho ruim em julho estavam: Stone (-19,51%), Renner (-17,33%), XP Inc. (-17,29%), Localiza (-14,54%), Fras-Le (-13,61%), Cosan (-13,56%), Weg (-13,25%) e Tenda (-12,70%). “Num ambiente de tempestade perfeita como tivemos em julho é muito difícil sair do olho do furacão”, concluiu Kelmanson.
 

Com informações do Brasil 61

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *