
Em meio a um cenário de transformação acelerada no setor de tecnologia e à corrida por inovação em inteligência artificial, a Microsoft anunciou a demissão de cerca de 6.800 colaboradores, o equivalente a 3% de sua força de trabalho global. Apesar de ter registrado um lucro expressivo de US$ 25,8 bilhões no último trimestre, a gigante de Redmond optou por uma reestruturação que impacta diferentes departamentos e níveis hierárquicos ao redor do mundo.
Segundo a empresa, os cortes não estão relacionados ao desempenho individual, mas fazem parte de um redesenho organizacional para fortalecer sua atuação frente às mudanças do mercado. A Microsoft, que contava com aproximadamente 228 mil funcionários até junho, já havia realizado em janeiro de 2023 um ajuste significativo com a dispensa de 10 mil profissionais. Agora, o foco está na simplificação de estruturas e na eliminação de camadas gerenciais consideradas excessivas.
A movimentação acompanha a priorização de investimentos em inteligência artificial e soluções em nuvem, áreas estratégicas para o crescimento da companhia nos próximos anos. Em declarações recentes, o CEO Satya Nadella destacou a necessidade de adaptar os modelos de negócio e de vendas diante da rápida evolução tecnológica, especialmente em momentos de transição de plataforma, como o atual, impulsionado pela IA. “As reestruturações são, muitas vezes, inevitáveis em tempos de mudanças econômicas, mas a maneira como são conduzidas faz toda a diferença. Para os próximos anos, o sucesso dos negócios não dependerá apenas dos números apresentados, mas da capacidade de equilibrar eficiência financeira com o cuidado humano e a visão de futuro”, diz Andre Purri, CEO da Alymente.
Curiosamente, mesmo com a notícia dos cortes, as ações da Microsoft permanecem em patamar elevado, encerrando o pregão anterior a US$ 449,26 — um dos maiores valores do ano, ainda que abaixo do recorde de US$ 467,56 alcançado em 2023. O movimento se soma a uma série de ajustes realizados por outras empresas de tecnologia, como a CrowdStrike, que também anunciou recentemente a redução de 5% de seu quadro funcional.
Com essa reestruturação, a Microsoft sinaliza que está disposta a se adaptar com agilidade às exigências de um mercado cada vez mais competitivo e em constante mudança. A combinação entre foco estratégico, contenção de custos e aposta em inovação deixa claro que, mesmo em tempos de bonança financeira, a busca por eficiência e relevância continua no centro das decisões corporativas.