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O empobrecimento brasileiro já não é uma previsão pessimista – é um fato concreto respaldado por dados internacionais. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil despencou no ranking global do 48º para o 87º lugar de PIB per capita em paridade de poder de compra (PPC) entre 1980 e 2024. Essa queda representa uma aproximação perigosa com a metade mais pobre do mundo e revela o fracasso de um modelo econômico que insiste em privilegiar o imediatismo e o populismo fiscal.

De forma absoluta, o PIB per capita brasileiro até cresceu — passou de US$ 13,7 mil em 1980 para US$ 19,6 mil em 2024. No entanto, o desempenho relativo em relação ao restante do mundo revela um país que cresceu menos do que seus pares, enquanto o custo de vida avançou mais rapidamente do que a média global. O resultado é uma perda de posição no cenário internacional e uma economia cada vez menos competitiva.

FMI prevê queda ainda maior até 2030

Segundo o FMI, a tendência não é de recuperação, mas de deterioração contínua. A projeção aponta que o Brasil poderá cair para o 89º lugar até 2030, caso continue insistindo em práticas econômicas ultrapassadas. A combinação de baixo crescimento econômicoinvestimentos fracos, produtividade estagnada e inflação persistente empurra o país para uma zona de estagnação, distanciando-o das economias emergentes mais dinâmicas.

Esse cenário não é surpresa para economistas e analistas que acompanham de perto a economia brasileira. Desde 2013, o Brasil praticamente não avançou em termos reais. Naquele ano, o PIB per capita em PPC era de US$ 19.169. Em 2024, o indicador atingiu US$ 19.594, uma variação quase nula em mais de uma década — enquanto outros países aproveitaram o período para crescer, abrir mercados e atrair capital produtivo.

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As causas estruturais do empobrecimento brasileiro

O empobrecimento brasileiro é fruto de uma série de decisões políticas e econômicas equivocadas. Um dos principais problemas é o modelo de gastos públicos excessivos e mal alocados, que não resultam em crescimento, mas sim em inflação e elevação da carga tributária. Isso reduz o poder de compra da população e dificulta a expansão das empresas.

Além disso, o Brasil ainda sofre com baixa qualidade na educação, um mercado de trabalho informal e um ambiente regulatório instável, que afugenta investimentos de longo prazo. A produtividade segue estagnada e a poupança interna, essencial para financiar o crescimento, continua em níveis alarmantemente baixos.

Protecionismo, burocracia e ineficiência pública

Outro fator determinante para o empobrecimento brasileiro é o isolamento comercial. Ao invés de buscar a integração com cadeias produtivas globais, o país impõe barreiras à importação e cria subsídios para setores ineficientes, tornando a economia menos dinâmica e inovadora. A aposta constante em linhas de crédito direcionado, gastos fora do teto e uso de estatais como braço político contribui ainda mais para distorções macroeconômicas.

As reformas estruturais, como a tributária, administrativa e educacional, seguem empacadas. Em seu lugar, o governo recorre a soluções paliativas, que favorecem setores próximos ao poder e aumentam os custos de produção.

Um Brasil que escolheu empobrecer

O mais grave é que esse quadro de empobrecimento parece ser tolerado pelas lideranças políticas dos Três Poderes. No Executivo, o foco é lançar programas populistas com apelo eleitoral. No Legislativo, a prioridade está nas emendas parlamentares. E no Judiciário, continuam os aumentos salariais e penduricalhos com isenções fiscais.

Enquanto isso, a população percebe claramente que o dinheiro não compra o que comprava, que a qualidade dos serviços públicos caiu e que as oportunidades de ascensão social diminuíram. A degradação é lenta, mas constante.

A queda no ranking do FMI é apenas um reflexo numérico de uma escolha coletiva: o Brasil escolheu empobrecer ao resistir às reformas, desperdiçar recursos públicos e ignorar as boas práticas de gestão econômica.

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