Ferramentas como o STJ Logos e o MarIA marcam a transformação digital no setor público e prometem mais agilidade e precisão nas decisões judiciais
A recente adoção de ferramentas de Inteligência Artificial Generativa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) representa um avanço importante no uso da tecnologia para tornar os processos judiciais mais rápidos e eficientes. O STJ anunciou o lançamento do “STJ Logos”, plataforma de IA generativa capaz de realizar análises e fornecer insights que auxiliam os magistrados na tomada de decisões. Já o STF apresentou a “MarIA”, tecnologia capaz de gerar conteúdos e elaborar textos jurídicos.
Para Thaís Franciulli Ferreira, sócia da Nelson Wilians Advogados, a aplicação dessas tecnologias reflete a evolução do Judiciário, que até pouco tempo atrás parecia estar distante dos avanços digitais presentes em outros setores. “O lançamento do ‘STJ Logos’ e o anúncio da ferramenta ‘MarIA’ acompanham o movimento de transformação digital que já havia tomado os escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de grandes empresas”, diz.
A presença dessas soluções tecnológicas nos Tribunais é um reflexo da modernização já adotada por profissionais do Direito, que perceberam que a tecnologia poderia ser uma aliada poderosa para a melhoria da gestão de processos, atendimento aos clientes e até mesmo na criação de novas formas de atuação. “A utilização dessas ferramentas pelos Tribunais é um reflexo das mudanças necessárias para que o Judiciário acompanhe a realidade de um mundo cada vez mais digitalizado. Ao longo dos anos, a pressão por mais eficiência e rapidez nas decisões tem sido crescente, e a tecnologia surge como uma solução crucial para atender a essa demanda”, afirma a advogada.
De acordo com a especialista, a chegada dessas soluções ao Judiciário consolida uma nova fase de inovação institucional que não substituirá o trabalho humano. “É importante destacar que a adoção da tecnologia tanto no Judiciário quanto em escritórios e departamentos jurídicos não deve ser vista como uma substituição do trabalho humano, mas como uma ferramenta que auxilia na realização de tarefas repetitivas e na análise de grandes volumes de dados. Isso permite que magistrados e advogados possam dedicar mais tempo à análise e interpretação dos casos, enquanto a inteligência artificial se encarrega das etapas iniciais ou de apoio”, conclui.
A expectativa é que o uso de Inteligência Artificial avance em outras instâncias do Judiciário, tornando os processos mais acessíveis e tendo ganhos operacionais com a modernização.