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Funcionalidade, proximidade e arquitetura estratégica impulsionam o crescimento acelerado do formato, segundo Pamella Gonçalves

Nos últimos anos, uma transformação silenciosa vem redesenhando o varejo brasileiro: os minimercados de grandes redes estão ganhando protagonismo e se consolidando como uma resposta inteligente às novas dinâmicas de consumo. Com operações mais ágeis, espaços reduzidos e foco total na conveniência, esse modelo já representa cerca de 12% do faturamento do setor, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), superando o ritmo de crescimento dos hipermercados tradicionais.

Para a arquiteta Pamella Gonçalves, especialista em consumo e sócia do escritório Arquitetura de Consumo, por trás desse avanço está muito mais do que uma adaptação logística — trata-se de uma leitura estratégica do comportamento contemporâneo. 

“Hoje temos mais pessoas morando sozinhas, famílias menores e uma rotina cada vez mais acelerada. Isso muda completamente o jeito de consumir. Em vez da grande compra mensal, o consumidor opta por compras frequentes e mais enxutas. O minimercado responde a esse novo hábito com agilidade, praticidade e proximidade — e isso faz toda a diferença”, explica Pamella.

Mas o segredo do sucesso não está apenas no tamanho ou na conveniência. Segundo a arquiteta, o grande diferencial está na capacidade de gerar identificação e conexão emocional com o público.

“O ambiente precisa conversar com o estilo de vida da vizinhança. Por isso, antes da implantação, as redes fazem um mapeamento profundo do perfil local — desde o poder aquisitivo até as marcas preferidas. A partir disso, criamos um espaço que seja não só funcional, mas também acolhedor e representativo. É isso que fideliza o consumidor e faz ele voltar”, destaca a especialista.

Esse cuidado se reflete no projeto arquitetônico e na comunicação visual, que passam a ser ferramentas estratégicas de vendas. Em áreas densamente povoadas, o formato ainda oferece vantagens operacionais, como menores custos e integração facilitada com serviços de entrega por aplicativos. Mais do que pontos de venda, os minimercados funcionam como extensões da rotina do consumidor urbano, criando uma ponte entre o físico e o digital.

Pamella acredita que os grandes centros de compra continuam relevantes, mas os minimercados cumprem um papel complementar essencial:

“Eles não substituem os hipermercados, mas ampliam a presença da marca e fortalecem o vínculo com o cliente. Estar a poucos passos de casa, com produtos alinhados ao gosto pessoal e em um ambiente pensado para ele, cria uma experiência diferenciada. É isso que molda o novo varejo: proximidade, personalização e agilidade, sem abrir mão da identidade da marca”, conclui.

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