Executivo da TQI avalia o que muda, os processos que serão impactados e as alterações necessárias nos sistemas das companhias a partir de julho do próximo ano
São Paulo, agosto de 2025 – Novas pessoas jurídicas irão adotar o CNPJ composto de números e letras a partir de julho de 2026. A mudança, anunciada pela Receita Federal, procura evitar o esgotamento do formato atual – exclusivamente numérico. Apesar de alteração ser necessária somente para novos inscritos e estar prevista de forma gradual, as organizações precisarão atualizar seus sistemas para reconhecer o novo CNPJ com letras, aponta Luiz Carlos Roque, executivo de vendas da TQI, companhia de tecnologia e inovação.
“É comum pensar nessas inscrições das pessoas jurídicas apenas como um número de identificação, mas ele está presente em múltiplas camadas operacionais e tecnológicas. Empresas que lidam com emissão de notas fiscais ou controle tributário, por exemplo, precisarão certamente adaptar seus softwares, bancos de dados e rotinas internas”, explica Roque.
Para mostrar o que muda e como se preparar, o executivo esclarece o impacto da mudança nas organizações e como atualizar os sistemas para reconhecerem o novo formato. Confira:
O que é o CNPJ alfanumérico
Ao invés de utilizar apenas números, o novo modelo de identificação combinará letras (de A a Z) e números (de 0 a 9), mantendo o total de 14 caracteres. De acordo com a Receita Federal, o número de combinações possíveis no formato atual do CNPJ está próximo do limite. Com o aumento quantitativo de empresas de todos os perfis, o órgão decidiu expandir o sistema para garantir sua viabilidade a longo prazo. A inclusão de letras amplia significativamente a quantidade de combinações possíveis.
Onde o CNPJ é usado dentro das empresas
As inscrições de pessoas jurídicas são largamente utilizadas em múltiplas áreas. Eles estão presentes em processos como: cadastro de clientes e fornecedores, emissão de notas fiscais eletrônicas (NF-e), sistemas contábeis e fiscais, contratos automatizados, integrações com bancos e gateways de pagamento, plataformas de e-commerce e sistemas internos.
“Uma pequena alteração no formato pode interromper processos críticos, se os sistemas não estiverem preparados para aceitar letras no campo do CNPJ. Podem ocorrer falhas na emissão de documentos fiscais, dificuldades com fornecedores ou atrasos no cumprimento de obrigações tributárias. Por conta disso, a recomendação é que as companhias se preparem com antecedência”, aconselha o executivo da TQI.
Preparação dos sistemas
Para se adaptar ao CNPJ alfanumérico é necessário revisar os sistemas que armazenam, validam ou integram CNPJs. Entre os principais pontos de atenção, está a validação de campo.
O Dígito Verificador (DV), número que aparece no final do CNPJ e serve para validar sua autenticidade, continuará sendo calculado pelo método do Módulo 11 – um tipo de verificação matemática –, agora adaptado para incluir letras no cálculo. Cada caractere será convertido em um valor numérico com base na tabela ASCII, que atribui um número específico a cada símbolo, e dele será subtraído o valor 48.
“Além da modificação no DV, é importante atualizar banco de dados, adaptar APIs e integrações com terceiros, remodelar interfaces e formulários de cadastro e fazer testes de emissão de notas com o novo formato”, diz Roque.
Governança de dados com os CNPJ alfanumérico
A mudança anunciada pela Receita Federal revela um desafio ainda maior: a maturidade dos dados corporativos. Muitas empresas ainda operam com sistemas legados, cadastros sem padronização e ausência de governança de dados.
“Essa atualização é uma oportunidade para as companhias já padronizarem dados cadastrais, corrigirem inconsistências históricas, automatizarem processos e fortalecerem a segurança da informação”, avalia o executivo. Segundo ele, o momento pode ser oportuno para as organizações avaliarem os seus dados de forma mais estratégica para a tomada de decisões inteligentes e escaláveis.
Próximos passos
O novo CNPJ alfanumérico é uma realidade em andamento e as empresas que se antecipam a ela não apenas evitam problemas, como ganham uma vantagem competitiva importante. “Nesse contexto, as organizações já podem começar a mapear onde as inscrições de pessoas jurídicas estão presentes em suas operações, avaliar os seus sistemas e buscar apoio técnico para a transição”, diz Roque.
O executivo lembra que a mudança exige um olhar especializado para toda a arquitetura tecnológica das companhias. “Nesse ponto que entra a importância de contar com um parceiro de tecnologia experiente, que compreenda a complexidade dos seus processos e ajude a transformar esse desafio em uma oportunidade de evolução”, completa.