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Estudo aponta que a maioria das empresas usa a tecnologia para otimizar processos e enfrenta a falta de conhecimento como principal barreira para a implementação

São Paulo, outubro de 2025 – A inteligência artificial se consolidou como uma das principais agendas estratégicas nas empresas, mas sua adoção na área de Gestão de Pessoas ainda está em fase inicial no Brasil. É o que revela uma pesquisa inédita da LG lugar de gente, maior HR Tech do país, em parceria com a consultoria Futuros Possíveis. O estudo, realizado com profissionais de RH, aponta que, embora o interesse na tecnologia seja alto, 93% das empresas já a usam ou estão avaliando a implementação, apenas 40% delas já aplicam a IA em suas rotinas.

Para Marcello Porto, Diretor de Produtos, Inovação e IA da LG lugar de gente, a pesquisa traduz um momento de transição no setor. “A atenção à IA já está na agenda do RH. Mas atenção não é sinônimo de maturidade. O desafio agora não é mais ‘se’ o RH vai adotar, mas ‘como’ garantir que essa adoção seja consistente, estratégica e responsável, sem perder de vista a experiência humana no trabalho”, afirma.

Eficiência é o foco inicial, estratégia ainda é um objetivo distante

A pesquisa mostra que o principal objetivo das empresas ao adotar a IA no RH é a busca por eficiência e otimização de processos. Entre as que já utilizam a tecnologia, 72% relatam que esse foi o maior ganho. O mesmo ocorre com as empresas que ainda não implementaram a IA, 64% delas apontam a eficiência como o principal objetivo futuro.

O uso da IA para atividades de maior valor estratégico, no entanto, ainda é incipiente. Apenas 7% das empresas utilizam a tecnologia para apoiar a tomada de decisões estratégicas ou reduzir custos operacionais, o que sugere que o potencial da tecnologia ainda não é explorado em sua totalidade.

As aplicações se concentram majoritariamente no recrutamento e seleção (61% de adesão), como na triagem de currículos. Outras frentes como comunicação com colaboradores (35%), people analytics (35%), avaliação de desempenho (30%) e treinamento (29%) também aparecem, mas em menor escala.

“O potencial da IA vai muito além da triagem de currículos. Estamos falando de uma tecnologia capaz de apoiar o RH de ponta a ponta, em áreas estratégicas como previsão de rotatividade e fortalecimento da cultura organizacional,” pontua Marcello. Para ele, empresas que usarem a IA além da automação, como ferramenta estratégica para cuidar das pessoas, tendem a sair na frente.”

Falta de conhecimento e capacitação são as maiores barreiras

O estudo também destaca os principais obstáculos para a adoção da IA. Para 40% dos entrevistados que já a implantaram, a falta de conhecimento ou capacitação técnica foi a maior barreira. Outros desafios incluem a dificuldade de integração com sistemas existentes (34%) e preocupações com a privacidade de dados e LGPD (21%).

Entre as empresas que ainda não utilizam a IA, a falta de informação é ainda mais crítica: 62% dos respondentes alegam desconhecimento sobre as aplicações da IA no RH. A ausência de orçamento (30%) também é um fator relevante.

O futuro exige uma abordagem estratégica e ética

Apesar dos desafios, a pesquisa mostra que as empresas estão atentas à governança e ética no uso da IA. A maioria das organizações que já adota a tecnologia (55%) já estabeleceu diretrizes éticas, enquanto um percentual significativo entre as que ainda não usam já as tem em construção. A preocupação com os vieses algorítmicos também é uma realidade. O relatório destaca a importância de ter cautela para que os sistemas não reproduzam preconceitos relacionados à etnia, gênero, idade, ou aspectos culturais.

O futuro da IA no RH, de acordo com o estudo, passa por uma evolução nas habilidades dos profissionais, com a redefinição de papéis, o desenvolvimento de governança adaptativa e uma vigilância contínua para corrigir vieses. A transparência na aplicação da tecnologia se tornará um diferencial competitivo, impactando a atração e retenção de talentos.

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