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Silvia Almeida, da NTW Santos, orienta empresários sobre planejamento e ajustes essenciais antes da virada tributária
 

Com a chegada do último trimestre do ano, o momento é decisivo para as empresas organizarem as finanças e se prepararem para 2026. Mais do que um simples fechamento contábil, este será o último balanço antes da vigência plena da Reforma Tributária e, segundo especialistas, a virada fiscal exigirá atenção redobrada aos dados, cadastros e controles internos.
 

“2026 será o ano da virada tributária. E o seu negócio, já se planejou?”, provoca Silvia Almeida, diretora executiva da NTW Santos. A contadora reforça que o fechamento de 2025 marca um ponto de transição importante e que a preparação agora pode evitar dores de cabeça e custos extras no futuro.
 

De acordo com Silvia, o primeiro passo é realizar uma revisão contábil completa, com foco nas novas regras que entram em vigor no próximo ano. “É essencial revisar a classificação fiscal como: CST, CFOP e NCM X COD_CLASS, já que esses códigos serão a base para o mapeamento de transição do ICMS, PIS e COFINS para os novos tributos IBS e CBS”, explica.
 

Outro ponto importante é garantir que os cadastros de clientes e fornecedores estejam atualizados e adequados ao novo Identificador Único Nacional, que passará a integrar os registros fiscais a partir de 2026. Além disso, Silvia orienta as empresas a ajustarem o plano de contas contábil para permitir integração com os novos layouts do SPED e da DC-e (Declaração de Conteúdo Eletrônica).
 

O último trimestre também é a hora ideal para rever o planejamento tributário de transição. “As empresas precisam simular o impacto da migração de regime tributário — Lucro Presumido, Lucro Real ou Simples Nacional —, avaliando como as mudanças nas bases do IBS e CBS afetarão seus resultados”, comenta. Ela alerta ainda para a necessidade de analisar os créditos de PIS e COFINS acumulados até dezembro de 2025, já que parte deles pode ter novas regras de compensação.
 

Outro ponto de atenção é a revisão dos contratos com substituição tributária (ICMS-ST) em SP, pois muitos produtos passarão a ser tributados de forma diferente a partir de 2026. Segundo Silvia, antecipar essas mudanças ajuda a evitar erros de recolhimento e ajustes emergenciais.

Além da revisão fiscal, o controle financeiro também ganha destaque. “É fundamental projetar o fluxo de caixa considerando os novos prazos de recolhimento e compensação dos tributos, além de provisionar valores para ajustes ou créditos a recuperar”, explica a diretora da NTW Santos. Ela recomenda que as empresas incluam na conciliação final uma análise das contas de transição tributária, garantindo que os saldos estejam corretamente documentados e conciliados com as obrigações acessórias, como ECD e ECF.
 

Silvia reforça que essa preparação não deve ser vista apenas como uma obrigação, mas como uma oportunidade de fortalecimento. “O último trimestre de 2025 é mais do que um fechamento de balanço — é o início de um novo ciclo tributário. As empresas que chegarem a 2026 com cadastros limpos, dados consistentes e controles ajustados terão maior segurança jurídica e competitividade no novo cenário fiscal”, conclui.

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