Pesquisa da Gartner estima que 70% dos projetos de IA falham por falta de dados integrados e de qualidade;
A aceleração da digitalização levou empresas a investirem em tecnologias para otimizar operações. No entanto, um desafio fundamental permanece muitas vezes invisível: a falta de integração e estruturação dos dados. Organizações ainda operam com informações desconectadas entre áreas, sistemas e processos. Esta fragmentação compromete a tomada de decisões, gera retrabalho e reduz a eficiência operacional, resultando em perdas financeiras que nem sempre são percebidas de imediato.
A ausência de uma estratégia de dados coesa impacta diretamente no retorno sobre os investimentos em tecnologia. Um levantamento da consultoria Gartner indica que 70% dos projetos de inteligência artificial falham por falta de dados integrados e de qualidade. Isso significa que, sem o alicerce correto, os recursos destinados à inovação se tornam ineficazes. Falhas em governança, perda de arquivos ou a incapacidade de enxergar o valor da informação afetam a competitividade e a sustentabilidade das companhias no longo prazo.
“Muitas organizações investem em ferramentas de ponta sem antes resolver a questão primária: a organização de seus dados. Sem uma base de dados integrada e governada, qualquer iniciativa de automação ou inteligência artificial opera no escuro, baseada em informações incompletas ou incorretas. O dado não é um subproduto da operação: é o ativo central que direciona o negócio de forma estratégica e competitiva”, afirma o diretor de produtos da Engineering Brasil, parte do Grupo Engineering, companhia global de tecnologia da informação e consultoria especializada em transformação digital, Willy Sousa.
Segundo o executivo, o problema está no fato de que dados são ativos que só geram valor quando são tratados, conectados e interpretáveis. “Muitas companhias possuem sistemas legados que não se comunicam, e departamentos funcionam com informações isoladas, o que impede uma visão unificada do negócio. Este cenário cria uma base frágil para qualquer iniciativa de inovação”, comenta Willy.
Abordagem estruturada e seus benefícios
Em contrapartida, os benefícios de uma abordagem estruturada são claros. Organizações com maturidade na gestão de seus dados são 23 vezes mais propensas a conquistar novos clientes e 19 vezes mais propensas a serem lucrativas, segundo a McKinsey. A capacidade de conectar informações de diferentes fontes permite que líderes identifiquem padrões, antecipem demandas e personalizem a experiência do cliente com uma precisão muito superior.
Para transformar este cenário, atuar na construção de ecossistemas digitais, onde os dados fluem de maneira segura e inteligente, é essencial. “Com uma abordagem orientada a dados, integração entre plataformas e uma arquitetura API-first, as empresas podem resolver falhas silenciosas que impactam o negócio”, analisa Sousa.
Contar com parceiros experientes pode ser decisivo nesse processo. No Brasil, há plataformas como o DHuO, da Engineering Brasil, que adota uma arquitetura modular voltada à gestão de APIs, integração de sistemas e dados, elementos fundamentais para viabilizar projetos de inteligência artificial em empresas de médio e grande porte. A solução tem sido aplicada em organizações de diversos setores, como telecomunicações, saneamento, indústria e alimentos, contribuindo para otimizar operações e acelerar a transformação digital.
Exemplos comuns incluem relatórios com números conflitantes, falhas de atendimento causadas por informações desatualizadas ou decisões desconectadas entre áreas. No setor de telecomunicações, por exemplo, uma grande operadora conseguiu otimizar a experiência de seus canais digitais e acelerar a entrega de novas jornadas de e-commerce ao investir na integração sistêmica via APIs e microsserviços. A solução, desenvolvida pela Engineering Brasil, envolveu a implementação de uma camada robusta de integração entre sistemas, melhorando o time to market, simplificando a governança e aumentando a eficiência operacional. “A integração precisa ser encarada como pilar da estratégia corporativa, e não apenas como um projeto técnico. É isso que permite transformar iniciativas digitais em resultados reais”, conclui Willy Sousa, diretor de produtos da Engineering Brasil.