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A lei da terceirização completou 8 anos em abril de 2025 e impactou positivamente a transformação do setor. É o que aponta a pesquisa “Panorama da Lei da Terceirização”, elaborada pela Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. Para 62% das organizações entrevistadas – a amostra reuniu contratantes e prestadores do serviço – a legislação impulsionou a contratação de equipes terceirizadas. De acordo com a maior parte dos entrevistados, a legislação também favoreceu o amadurecimento e a formalização da atividade: 90% afirmam que o regramento trouxe melhor definição das responsabilidades das partes envolvidas em termos de segurança e saúde; 84% destacam a segurança jurídica como um avanço significativo; e 70% citam a redução dos processos trabalhistas sobre terceirizações.

O setor se mostra otimista. Para 97% das empresas prestadoras de serviços respondentes da pesquisa, haverá aumento no volume de negócios nos próximos anos. “De um lado, a lei da terceirização tem sido um marco para o dinamismo do ambiente de negócios, trazendo flexibilidade, maior concentração nas atividades principais, otimização de processos e ganhos de eficiência operacional”, diz Fernando Azar, sócio de consultoria tributária da Deloitte na prática de Global Employer Services. “De outro, o setor prevê aumento no volume de serviços nos próximos anos, o que reforça um impacto positivo na economia e na geração de empregos”, complementa.

Empresas que contratam serviços de terceirização também indicam pontos positivos. A pesquisa da Deloitte mostra que, para 96% das empresas contratantes, a lei da terceirização contribuiu para a melhora na qualidade dos serviços adquiridos; 89% reportam simplificação dos processos produtivos e de gestão; 88% mencionam que o modelo proporciona inovações em tecnologia e em formas de gestão das atividades contratadas.

O levantamento também identificou que, de acordo com a base completa da pesquisa, os serviços mais contratados junto a empresas terceirizadas nos últimos sete anos foram os de montagem e manutenção de equipamentos; desenvolvimento e/ou engenharia de produto; e logística e transporte. Já os serviços de maior demanda com apoio de terceirizadas – ou seja, que mais apontam oportunidades futuras no setor – tem sido os de consultoria técnica; tecnologia da informação; e logística e transporte, também no mesmo período de avaliação.

Apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados. “É fundamental que as empresas contratantes e prestadoras de serviços invistam em qualificação profissional, em programas de compliance e em práticas de gestão que garantam o respeito aos direitos trabalhistas e à segurança no trabalho”, explica Fernando Azar, reforçando a importância de um olhar atento para a qualidade dos serviços prestados e para o bem-estar dos trabalhadores. “Acreditamos que, com o aprimoramento contínuo das práticas de gestão e o investimento em capital humano, a lei da terceirização poderá gerar ainda mais benefícios para a economia brasileira e para a sociedade como um todo”, ele conclui.

Metodologia

A pesquisa da Deloitte foi realizada por meio de questionário eletrônico, entre 20 de dezembro de 2024 e 28 de fevereiro de 2025, com 51 empresas – 36% que apenas prestam serviços, 33% que apenas contratam e 31% que fazem ambos. Dos respondentes, 57% ocupam cargos gerenciais e executivos. Em relação ao faturamento, 56% das empresas ficam na faixa de até R$ 50 milhões; 20%, entre R$ 50 e R$ 200 milhões; e 24% acima de R$ 200 milhões. Os setores consultados foram de infraestrutura (43%), serviços (31%) e outros (26%), sendo as empresas majoritariamente sediadas no Sudeste (56%), seguidas pelo Sul (18%) e Norte (14%).

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