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Levantamento mostra que manter talentos tornou-se um dos principais desafios da gestão de pessoas no Brasil, exigindo novas estratégias e maior atenção ao bem-estar dos trabalhadores

O mundo passou por uma série de transformações no transcorrer do tempo, sobretudo nas últimas décadas. Dentre as variáveis que compõem as relações humanas, o mercado de trabalho encontra-se entre aquelas que sofreram maiores transformações, seja na melhoria do ambiente de trabalho ou na automatização de uma série de tarefas, por conta do avanço tecnológico.

No entanto, embora tenham ocorrido muitas melhorias, por ser altamente competitivo em função das relações comerciais em escala global, a atração e retenção de talentos tornou-se um desafio cada vez mais presente no cotidiano de muitas empresas. É o que indica a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), vinculado à Fundação Getulio Vargas (FGV).

Conforme o levantamento, 57% das empresas que operam no setor de comércio, serviços, indústria e construção relataram que o cenário contemporâneo é de difícil contratação e retenção de funcionários: construção, com um índice de 82,4%, seguida pelo varejo ampliado (77,3%), indústria (76,8%) e serviços (76,5%). Dentre as barreiras que dificultam o processo, 64% dos empreendedores entrevistados relataram que a falta de mão de obra qualificada é a maior.

É importante enfatizar, também, que 9,4% dos entrevistados indicaram que os salários demandados pelo mercado são difíceis de serem pagos. Este cenário, sem dúvidas, acaba deixando alguns impactos. Um deles é que 17,5% das empresas registraram atraso na entrega de serviços e produtos. Além disso, 21,5% notaram que as horas trabalhadas aumentaram para atender as demandas.

Um aspecto relevante desta dinâmica é que, conforme pesquisa da FGV, no ano de 2024, 30% da totalidade de pedidos demissionais foram realizados por jovens na faixa etária de 18 a 24 anos. Este movimento representa um aumento de 15%, em comparação com o ano de 2023.

A pesquisa também demonstra que, quando foram questionadas sobre estratégias que estão sendo tomadas para enfrentar a questão, 44% das empresas disseram que buscam investir em capacitação interna, outros 32% ampliaram os benefícios dos colaboradores, 14% aumentaram os salários e 10,5% optaram por terceirizar o recrutamento.

Estas estratégias podem ser interessantes, tendo em vista que a pesquisa de benefícios da Robert Half 2024 mostrou que 98% dos profissionais consideram os benefícios ao avaliar as novas oportunidades de trabalho, 80% desejam contar com benefícios flexíveis e 77% indicam ser interessante alterar alguns benefícios, considerando o desenvolvimento do mercado nos últimos anos. 

A contratação e retenção de talentos mostra-se, portanto, um reflexo das novas dinâmicas de um mercado cada vez mais veloz e desenvolvido. O cenário exige novas ações que consigam atender as demandas tanto das empresas quanto dos colaboradores, como pacotes com programas de reconhecimento e recompensa, planos de carreira mais transparentes, entre outras.

Com o mercado cada vez mais competitivo, empresas que não se adaptarem às novas exigências dos profissionais correm o risco de perder seus melhores talentos, e com eles, sua capacidade de inovar e crescer.

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