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Especialista destaca a importância da formalização para o desempenho de atividades no país 

O número de estrangeiros que atuam como microempreendedores individuais (MEI) no Brasil atingiu um recorde em 2025. Atualmente, são 85.433 MEIs estrangeiros ativos, o que representa um aumento de 11% em relação ao ano passado e quase o dobro (99%) em comparação a 2019, quando havia 42,9 mil registros desse tipo.

Apesar do crescimento, os estrangeiros ainda correspondem a uma parcela pequena do total de MEIs do país, que soma 12,1 milhões de empreendedores, representando apenas 0,70%.

Paula Marinha, contadora e gerente de compliance do Grupo Controller, analisa: “o aumento significativo do número de MEIs estrangeiros evidencia como a formalização vem se tornando uma alternativa importante para quem busca desenvolver atividades de forma estruturada e segura. A presença de profissionais de diversos países contribui para o fortalecimento da economia local e do comércio, além de gerar oportunidades de aprendizado e troca de experiências entre empreendedores”.

Entre os estados brasileiros, Roraima concentra a maior proporção de MEIs vindos do exterior, com 9,76% do total local. Em números absolutos, o estado ocupa a segunda posição na região Norte, com 2.040 registros. A maioria dos empreendedores estrangeiros em Roraima é de venezuelanos, refletindo a proximidade geográfica e a dinâmica migratória da região.

Dados apontam que os imigrantes da América do Sul lideram entre os que mais abriram MEIs no Brasil, correspondendo a 66% do total de estrangeiros formalizados. Os venezuelanos representam 20,9% (17,8 mil) do total, seguidos por bolivianos (14% ou 11,9 mil), colombianos (8,7 mil) e argentinos (7 mil). Outros países com presença significativa entre os MEIs são Uruguai (3,8 mil), Haiti (3,5 mil), Paraguai (3,4 mil), Peru (3,3 mil), Portugal (2,8 mil) e Cuba (2,7 mil).

Entre as atividades mais comuns exercidas pelos MEIs estrangeiros estão o comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (11,5%), a confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (10%), serviços de cabeleireiro e atividades de beleza (6,3%) e atividades de ensino (5%).

São Paulo lidera em número absoluto de MEIs estrangeiros, com cerca de 32,9 mil registros, seguido por Santa Catarina (9,9 mil), Paraná (9 mil) e Rio Grande do Sul (6,7 mil). Por outro lado, Amapá (92), Tocantins (125) e Piauí (167) aparecem com os menores números.

Paula Marinha complementa: “É fundamental que esses empreendedores estrangeiros contem com orientação contábil e jurídica adequada. A formalização oferece segurança, facilita o acesso a crédito e contribui para que suas iniciativas gerem impactos positivos na economia brasileira, fortalecendo o comércio local e criando oportunidades de trabalho”.

Evolução do número de MEIs estrangeiros no Brasil

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