O Investimento Social Privado (ISP) é um dos caminhos mais eficazes para gerar impacto; Ao destinar recursos para projetos sociais, ambientais, culturais e científicos de interesse público, as empresas assumem um papel ativo no desenvolvimento sustentável das comunidades onde atuam
Empresas que praticam ESG cuidam das pessoas, valorizam a diversidade, promovem o bem-estar e constroem ambientes éticos e acolhedores. Ao alinhar seus negócios a causas sociais e ambientais, elas não apenas geram impacto positivo na sociedade, mas também colhem benefícios internos. A retenção de talentos aumenta, o engajamento cresce e os resultados financeiros se fortalecem.
Segundo a Deloitte Global Millennial Survey 2022, 77% dos jovens profissionais preferem trabalhar em empresas que estejam comprometidas com causas socioambientais. A busca por propósito no ambiente corporativo se tornou um fator decisivo para atrair talentos. Além disso, dados da Gallup revelam que equipes engajadas são 21% mais produtivas e apresentam 59% menos rotatividade, mostrando que ESG vai além de uma pauta de Recursos Humanos – trata-se de uma estratégia diretamente ligada à performance e à sustentabilidade do negócio.
Nesse contexto, o Investimento Social Privado (ISP) se apresenta como um dos caminhos mais eficazes para gerar impacto. Ao destinar recursos para projetos sociais, ambientais, culturais e científicos de interesse público, as empresas assumem um papel ativo no desenvolvimento sustentável das comunidades onde atuam. Mais do que cumprir com uma responsabilidade corporativa, elas ajudam a transformar realidades, criando oportunidades para públicos historicamente vulneráveis.
Para que essas iniciativas se tornem viáveis, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) têm um papel central na execução dos projetos, mas dependem da mobilização de recursos. É nesse ponto que a atuação das empresas se torna essencial: são elas que, por meio de leis de incentivo e programas estruturados, garantem que as ações saiam do papel e cheguem às comunidades. Essa conexão entre setor privado e terceiro setor cria um ciclo virtuoso, onde todos se beneficiam — empresas, sociedade e poder público.
O investimento pode ser aplicado de diversas formas: em projetos para a população local, no fomento ao voluntariado corporativo, em programas de engajamento sistemático ou no repasse direto para organizações sociais. Essa dinâmica fortalece não apenas as instituições beneficiadas, mas também amplia o alcance do impacto gerado, promovendo inclusão, cidadania e desenvolvimento humano.
Os números comprovam essa tendência. Uma pesquisa do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) revelou que, apenas em 2022, mais de R$ 4 bilhões em recursos privados foram destinados a fins públicos, representando um crescimento de 33,3% no Investimento Social Privado entre 2019 e 2022. Isso mostra como empresas têm assumido um protagonismo cada vez maior na transformação social, alinhando seus objetivos de negócio com o bem-estar coletivo.
Para Andrea Moreira, CEO da Yabá Consultoria, especializada em estratégia e implementação de projetos para engajamento de diferentes públicos, esse amadurecimento empresarial é um reflexo direto das transformações sociais ocorridas nos últimos anos. “Existem muitas empresas realizando projetos interessantes que começam como protótipos e experiências pequenas, mas que têm potencial para serem escaladas. Além disso, há iniciativas que podem até ser transformadas em políticas públicas, principalmente em municípios menores”, afirma.
Segundo Andrea, as empresas de grande porte vêm fortalecendo suas estratégias de ISP ao longo dos últimos 20 anos. Hoje, diferentemente do passado, os projetos sociais são construídos de forma integrada com o propósito e os valores da marca. “Quando os investimentos sociais estão alinhados à estratégia de negócio, os resultados são mais duradouros. Além de gerar impacto nas comunidades, esses projetos inspiram e engajam colaboradores, reforçando o sentido de pertencimento e propósito dentro das corporações”, conclui.