A mudança traz mais clareza, comparabilidade e transparência às informações divulgadas ao mercado, segundo a Forvis Mazars.
Entra em vigor, a partir de 2027, a IFRS 18: nova norma internacional que redefine como as empresas devem apresentar e divulgar suas projeções financeiras. No processo final de convergência no Brasil pelo CPC (CPC 51), a regra substituirá o atual CPC 26 e representará a maior revisão estrutural da DRE em mais de uma década.
Segundo André Gonçalves, diretor de Assessoria Contábil da Forvis Mazars, a IFRS 18 melhorou a clareza das informações e facilitou a comparação entre empresas. “A nova norma ajuda investidores, analistas e demais stakeholders a entender melhor o desempenho financeiro das companhias”, afirma.
Entre as principais mudanças está a reorganização da DRE em categorias padronizadas – como operacional, investimentos e financiamento – que permitirão comparações mais consistentes entre empresas e setores. A norma também traz mais flexibilidade e transparência na apresentação das despesas operacionais, que poderão ser exibidas por natureza, por função ou de maneira combinada, desde que reflitam a forma de gestão da empresa.
A IFRS 18 também disciplina a divulgação das chamadas Medidas de Desempenho Definidas pela Administração, como EBITDA ajustado e lucro recorrente, que agora devem aparecer acompanhadas de definição, cálculo e reconciliação com os números contábeis.
Os impactos para as companhias são amplos. Além de indicadores financeiros, margens e avaliações de desempenho, a nova norma pode afetar cláusulas de cláusulas e processos internos de relatório. As empresas devem revisar sistemas, controles e práticas de governança para garantir que as informações divulgadas ao mercado estejam alinhadas com os novos requisitos.
Para André Gonçalves, a mudança vai além da forma de apresentação das projeções financeiras. “A IFRS 18 redefine como as empresas contam a sua história para o mercado. Exige mais estrutura, precisão e transparência — e isso tende a elevar a qualidade da informação financeira no país”, conclui.
